Saturday, September 30, 2006

"Para se nascer de novo", entoou Gibreel Farishta, caindo dos céus, `"é preciso primeiro morrer. Ho ji! Ho ji! Para se poisar na terra acolhedora, é preciso voar. Tatta! Takathun! Como tornar um dia a sorrir, sem se chorar primeiro? (...)". Pouco antes da alvorada, numa manhã de Inverno, por alturas do Ano Novo, dois homens adultos, vivos, de carne e osso, caíram de uma grande altitude, vinte e nove mil e dois pés, em direcção ao canal da Mancha, sem o auxílio de asas ou pára-quedas, atravessando um céu límpido".

"Os Versículos Satânicos", Salman Rushdie

Friday, September 22, 2006



a love song for Bobby Long

Tuesday, September 05, 2006

Ode aos alemães




À custa de ser decapitada da próxima vez que for a Estugarda, não vou escrever sobre o trabalho de putzfrau (empregada de limpeza), nem sobre todos os imigrantes portugueses que conheci, não vale mesmo a pena. Um pormenor posso revelar, todos detestam os alemães. "O tempo aqui em Estugarda é como os alemães, é doido", expressão previsível sempre que alguém se queixava do tempo. Na verdade, agem assim porque não sabem falar alemão, preferem passar despercebidos.
Vou fazer o papel aqui que sempre fiz lá: defender os alemães. Não são frios, nem antipáticos, se o fossem não ofereciam cafés a empregadas de limpeza.
Não olham nem se interessam se vamos de cor-de-rosa ou verde a uma festa gótica. Dançam a noite toda mesmo quando não conhecem uma única música, o que interessa é ter ritmo. Usam tampões nos ouvidos quando vão a uma discoteca. Também não levam as bebidas para a pista havendo assim menos probabilidade de levar um banho. E não querem mesmo saber se vamos de chinelos ou de boné para uma discoteca.