"Para se nascer de novo", entoou Gibreel Farishta, caindo dos céus, `"é preciso primeiro morrer. Ho ji! Ho ji! Para se poisar na terra acolhedora, é preciso voar. Tatta! Takathun! Como tornar um dia a sorrir, sem se chorar primeiro? (...)". Pouco antes da alvorada, numa manhã de Inverno, por alturas do Ano Novo, dois homens adultos, vivos, de carne e osso, caíram de uma grande altitude, vinte e nove mil e dois pés, em direcção ao canal da Mancha, sem o auxílio de asas ou pára-quedas, atravessando um céu límpido".
"Os Versículos Satânicos", Salman Rushdie
"Os Versículos Satânicos", Salman Rushdie